Assisti, no último final de semana, a peça Toc Toc, em cartaz desde 2008 e que já foi vista por mais de 350 mil pessoas.
Essa comédia, escrita pelo autor francês Laurent Baffie, trata de forma divertida de uma doença que acomete de 2% a 3% da população geral, o Transtorno Obsessivo Compulsivo, ou TOC. Durante o espetáculo, são apresentados seis personagens portadores da doença na sala de espera de um consultório. Com a demora do médico, os pacientes iniciam uma terapia em grupo, onde o espectador é levado para dentro das dificuldades de cada tipo de TOC, bem como a maneira de lidar com eles.
Na saída da peça, percebi que a grande maioria das pessoas saiu comentando suas manias, dizendo com que personagem se identificava mais, e até mesmo questionando-se se sofria desse transtorno.
É claro que todos nós temos nossos rituais e hábitos, as vezes pouco adaptativos, mas isso não pode ser considerado como TOC, desde que não interfira significativamente na nossa vida, não nos impeça de levar uma vida normal e não se transforme em um grande sofrimento, que desejamos evitar a todo custo.
As características principais do Transtorno Obsessivo Compulsivo, segundo o DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) são obsessões ou compulsões recorrentes suficientemente severas para consumirem tempo (isto é, consomem mais de uma hora por dia) ou causar sofrimento acentuado ou prejuízo significativo.
As obsessões são idéias, pensamentos, impulsos ou imagens persistentes que são vivenciados como intrusivos e inadequados e causam acentuada ansiedade e sofrimento. O indivíduo sente que o conteúdo da obsessão é estranho, não está dentro de seu próprio controle nem é a espécie de pensamento que ele esperaria ter. As obsessões mais comuns são: pensamentos repetidos a cerca de contaminação, dúvidas repetidas (p.ex, ter deixado a porta aberta), uma necessidade de organizar as coisas em uma determinada ordem, impulsos agressivos ou horrorizantes (p.ex, machucar alguém, gritar uma obcenidade na igreja) e imagens sexuais. Na maioria das vezes, as pessoas tentam ignorar
ou neutralizar esses pensamentos, mas nem sempre isso é possível.
As compulsões são comportamentos repetitivos (p.ex., lavar as mãos) ou atos mentais (p.ex.,orar, contar, repetir palavras) com o objetivo de prevenir ou reduzir a ansiedade ou sofrimento, ao invés de oferecer prazer ou gratificação.
O diagnóstico é clínico, feito por um especialista, baseado nos sintomas do paciente. Não há qualquer exame laboratorial que possa ser feito para diagnosticar esse transtorno.
O tratamento é avaliado caso a caso, sendo indicado na maioria das vezes psicoterapia e, dependendo da gravidade, medicamentos a serem definidos por um médico psiquiatra.
Fonte: DSM IV
Peça Toc Toc
Em cartaz no Teatro Anhembi Morumbi até dia 29/07. Maiores informações no site: www.teatroanhembimorumbi.com.br
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